Pontos fantasma? Chamem os ghostbusters!!!

Hoje vamos falar de um tema que sempre me suscitou grande curiosidade, desde que me foi ensinado durante o curso: os 13 pontos fantasma de Sun Si-Miao. A forma descontraída e um pouco sem nexo como foram ensinados (tipo tabuada), e a sugestão apresentada para os utilizar não me satisfizeram... Vai daí tive que procurar melhor a coisa...

Os 13 pontos fantasma, ou melhor, a “Canção Dos 13 Pontos Fantasma” surge escrita no grande clássico “Prescrições Que Valem Mil Lingotes De Ouro” de Sun Si-Miao. É por si só um protocolo específico com ordens claras sobre de que lado o terapeuta se deve posicionar para puncturar cada ponto, qual deve ser a ordem de colocação de cada agulha e como deve ser a inserção e manipulação das mesmas.
Não! Não foi pensado por Sun Si-Miao a utilização de pontos fantasma avulso... Consigo imaginar o senhor às voltas na tumba cada vez que alguém agrupa uns 3 ou 4 pontos destes para incluir num tratamento de esquizofrenia, por exemplo...

Algumas das indicações para utilização destes pontos são transtorno bipolar, alucinações, esquizofrenia, tendências suicidas e epilepsia.

As regras são claras e devem ser seguidas ao milímetro (ou melhor, ao Fen): os pontos estão organizados em 4 grupos de 3, o 13º ponto é o YinTang (entre as sobrancelhas) ou o JuQuan (debaixo da língua). A ordem para a colocação de cada ponto deve ser seguida. Por norma não é necessário utilizar os 13 pontos para conseguir um efeito terapêutico (no início da Canção é explicado que por norma se consegue a cura com a utilização de apenas 2 pontos. Caso isso não aconteça o terapeuta deve prosseguir com a Canção até conseguir alcançar o efeito desejado). Deve ser claro para o terapeuta que a Canção está a produzir efeitos aquando da colocação da 6ª agulha. O protocolo deve terminar assim que o paciente esteja melhor, não sendo necessário utilizar todos os pontos.

A Canção inclui inserções e manipulações dolorosas (inserir uma agulha até não ser possível aprofundar mais), o uso de moxa em zonas “menos próprias” (queimar cones de atemísia na aréa genital entre a vulva/pénis e o ânus) ou mesmo o uso da técnica de “agulha de fogo” (inserir uma agulha incandescente na pele do paciente).

Neste contexto específico os pontos fantasma, que são pontos que pertencem a meridianos de acupunctura (excepção feita dos pontos extra YinTang e JuQuan), ganham mesmo um nome diferente! Todos rebaptizados e a iniciar com o ideograma G que significa fantasma e indica fleuma/excesso.

As agulhas devem ser retidas por algum tempo, o tempo suficiente para que haja alteração no Pulso e Shen (aparência) do paciente.

Parece que já deu para perceber que andamos a fazer algo de errado no que toca à utilização dos pontos fantasma.

Bom estudo!

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